Neste Dezembro Laranja, já alertamos sobre os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele. Agora chegou a hora de entendermos sobre as formas de sua prevenção e diagnóstico. Porque pele cuidada é pele protegida.
Prevenção
Proteger a pele dos raios UV emitidos pelo sol é a principal forma de prevenção do câncer de pele. Mas você sabe como proteger a sua pele dessa radiação?
O filtro solar, com FPS no mínimo 30, deve ser aplicado em todo o corpo, inclusive nos dias nublados, de mormaço ou chuvosos. A quantidade também é importante. O ideal é uma colher de chá para cada parte do corpo, sendo as partes: rosto, pescoço e cabeça; parte da frente do tronco; parte de trás; cada braço; frente de cada perna e traseira de cada perna.
Óculos de sol e chapéu com aba são indicados para proteger regiões específicas de alta incidência, inclusive melanoma: cabeça, área dos olhos e pescoço. Os bonés e viseiras não são recomendados para a proteção solar, pois não oferecem uma barreira ao pescoço e ,no segundo caso, ao couro cabeludo contra os raios UV. As roupas com proteção UV são muito recomendadas para quem pratica atividades físicas e crianças, embora o seu uso não substitua a aplicação do protetor solar.
É importante salientar que a sombra não dispensa o filtro solar. Opte por barracas ou guarda-sóis de lona ou algodão que absorvem até 50% da radiação ultravioleta. Os de nylon deixam passar até 95% da radiação. Além disso, evite pegar sol das 10h às 16h, horário em que a radiação ultravioleta é mais danosa à pele.
Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia revelou que mais de 60% dos brasileiros tomam sol sem qualquer proteção. Não seja essa pessoa! Tenha cuidados diários, não somente quando vai à praia ou parques. De acordo com a SBD, 70% da radiação que recebemos ao longo da vida é adquirida no dia a dia e somente 30% é obtida em momentos de lazer7.
Como está a proteção dos brasileiros?
Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia em parceria com o Instituto Datafolha realizada em 2016 revelou que muitos brasileiros ainda desconhecem as melhores práticas de proteção da pele. Confira os dados publicados pelo Observatório do Câncer(8) sobre o estudo:
Além da falta de informação como fator para não utilizar o protetor solar, não podemos deixar de considerar os altos preços dos filtros solares. O custo elevado do produto deve-se ao fato de que este não se encontra na lista dos medicamentos e insumos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)(9) e também por que o produto é classificado como Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC), tendo taxação de ICMS maior do que os medicamentos(10). Cientistas apontam a importância dos protetores solares, roupas com proteção UV e acessórios de proteção contra o sol serem incluídos na Relação de Medicamentos Essenciais (RENA-ME)(9), para que seu preço seja barateado e uma maior parcela da população possa ter acesso a eles.
Homens e jovens são os que menos se protegem
Um estudo com frequentadores de academia de ginástica no Recife(11), mostrou que os homens e os jovens são os que menos se protegem contra o câncer de pele. A pesquisa revelou que 40% dos entrevistados abaixo de 20 anos não utilizam qualquer proteção e que a utilização desses meios aumenta quanto maior a idade das pessoas. Corroborando com o fato de que apesar do câncer de pele ser comum em pessoas mais velhas é o câncer mais frequente em pessoas com menos de 30 anos(3).
Os homens representam aproximadamente 70% das pessoas que não se protegem do sol, contribuindo para o fato de ser homem e com mais de 50 anos eleva o fator de risco para o desenvolvimento da doença. A pequena maioria dos entrevistados, 57%, afirmaram utilizar protetor solar durante a exposição ao sol, mas apenas 30% relataram utilizá-lo diariamente e 13% afirmaram não utilizar nunca, sendo 80% destes, homens.
Trabalhe protegido
Muitas pessoas lembram de usar protetor solar somente quando vão à praia ou à piscina. Mas precisamos lembrar que muitas profissões exigem que as pessoas trabalhem expostas ao sol, como carteiros, trabalhadores da construção civil, guardas de trânsito, entregadores de aplicativos, agentes comunitários de saúde, entre outros.
Um estudo realizado com a população de Jaú, no estado de São Paulo, mostrou que 60% dos entrevistados não utilizavam qualquer proteção solar durante o trabalho(12). No entanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, 70% da radiação acumulada pelas pessoas durante a sua vida são em atividades do dia a dia, como no trabalho, e apenas 30% no momento de lazer(13).
Diagnóstico
O diagnóstico precoce do câncer proporciona tratamentos menos agressivos e maiores chances de cura, e com o câncer de pele não é diferente. Mas se diagnosticado precocemente, tanto o tipo melanoma quanto o não melanoma possuem mais de 90% de chance de cura(14).
Os especialistas destacam o autoexame da pele e a consulta anual com dermatologista como principais formas de diagnóstico da doença.
Autoexame da Pele
Estamos muito acostumados a ouvir falar e praticar o autoexame das mamas, mas explorar sua pele também é uma forma de se conhecer melhor. Além disso, é uma maneira eficaz de detectar qualquer nova alteração, manchas e pintas. Por isso, recomenda-se fazer o autoexame de pele no seu corpo mensalmente.
Como fazer?
É preciso procurar um médico ao perceber qualquer alteração na pele.
Quais alterações na pele exigem sua atenção?
A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda o método ABCDE(15) para identificar sinais e sintomas que devem ser investigados.
A - Assimetria: Quando metade da mancha é diferente da outra metade.
B - Borda: Possui bordas irregulares, com rugosidades, entalhadas ou dentadas.
C - Cor: A mancha não tem coloração uniforme, ou seja, apresenta tons de preto, marrom e canela. Também podem apresentar coloração branca, cinza, rosa, vermelha e azul.
D - Diâmetro: Quando é maior de 5mm.
E - Evolução: Quando a pinta muda de tamanho, forma, cor ou aparência rápida ou lentamente.
Outros sinais importantes que precisamos estar atentos são:
Além do autocuidado e autoexame, é importante consultar com um dermatologista uma vez ao ano para fazer o check-up da pele ou conforme orientação, se você possui mais risco de desenvolver a doença.
Se você foi diagnosticado com câncer de pele, você também pode contar com nosso apoio! Entre em contato e participe de nossas atividades!
Referências
1 https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil
2 https://observatoriodeoncologia.com.br/o-que-sabemos-sobre-cancer-de-pele/
3 https://www.melanomabrasil.org/
4 WOOLF, N. O Mito da Beleza. Como as Imagens de Beleza são usadas contra as Mulheres. Tradução de Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro. Ed. Rocco, 1992.
6 http://www.sbcm.org.br/revistas/RBCM/RBCM-2011-06.pdf#page=23
8 https://observatoriodeoncologia.com.br/o-que-e-o-dezembro-laranja/
9 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962011000400007&script=sci_arttext&tlng=pt
11 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962003000600004&script=sci_arttext&tlng=pt
12 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962011000400007&script=sci_arttext&tlng=pt
14 https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/cancer-da-pele/64/#:~:text=Embora%20o%20diagn%C3%B3stico%20de%20melanoma,em%20tons%20acastanhados%20ou%20enegrecidos.
15 https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/cancer-da-pele/64/
Projeto Camaleão - Autoestima contra o câncer